quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Resenha: Fablehaven - Onde as Criaturas Mágicas se Escondem [Livro 1]


Durante uma viagem dos pais, Kendra e seu irmão, Seth, vão passar férias na casa dos avós paternos, com os quais haviam tido pouco contato. Certas de que passariam dias entediantes, as crianças se surpreendem com a grande propriedade, que contava com uma casa antiga - porém bem conservada, uma piscina tentadora, um enorme jardim colorido e um quarto especialmente preparado para eles, no sótão, cheio de brinquedos e enigmas criados pelo avô. A única recomendação do velhinho havia sido: “não entrem na floresta”, mas, obviamente, falar isso para uma criança é o mesmo que dizer o contrário, não é mesmo? Portanto, é desobedecendo à ordem do avô que Kendra e Seth passam a conhecer os segredos de Fablehaven, a floresta mágica que serve de santuário para diversas criaturas místicas.

Fantasia é um gênero literário que não leio muito. Histórias repletas de seres encantados, como fadas, duendes, bruxas e dragões não costumam me atrair. Geralmente me envolvo mais nesse tipo de narrativa quando estão presentes o terror, fantasmas e alucinações. Histórias infantis também me parecem adequadas para esses tipos de seres mágicos. Então, quando uma amiga, que também não é leitora constante de fantasia, postou uma resenha bem positiva e encorajadora sobre “Fablehaven”, fiquei curiosa e decidi ler. A surpresa não poderia ter sido melhor!

O livro é uma delícia, daqueles perfeitos para se ler nas férias ou até mesmo em um fim de semana, devorando as páginas com urgência para saber o que acontece em seguida com a dupla de garotos teimosos que perturba o delicado equilíbrio de um reino mágico habitado por seres encantadores e fofos, mas também por monstros perigosos e letais. A escrita é fluida, a ambientação é instigante e os personagens são interessantes. Claro que na vida real um garoto desobediente como Seth me daria nos nervos, mas suas atitudes impulsivas são fundamentais para desencadear os grandes eventos do livro – sem suas transgressões não haveria história.

O bacana é que, para compensar o comportamento destemido e questionador de Seth, Kendra é apresentada como a irmã mais velha típica: inteligente, calma, educada e responsável. Seu papel é sempre o da "chata" que não quer participar das aventuras do irmão, o que faz com que ela fique como uma espécie de coadjuvante até a parte final, quando sua importância real é revelada e ela se transforma em heroína.

No fundo, “Fablehaven” fala do relacionamento entre os irmãos, de desobediência e suas consequências, de respeito, da importância da diversidade de seres – mesmo que alguns pareçam insignificantes ou até mesmo maus. É uma história infantojuvenil que apresenta um universo tão rico que nos leva de volta à infância, retratando as férias ideais que qualquer criança gostaria de viver.

“Fablehaven” é uma série de 5 livros, lançados nos Estados Unidos entre 2006 e 2010 – todos já traduzidos para o português. Em 2013, o autor anunciou um “spin-off” de mais 5 livros, ou seja, uma nova série derivada da primeira, com os mesmos personagens e no mesmo universo, mas que pode ser lida de forma independente. A nova série se chamará “DragonWatch” e tem lançamento previsto para 2016 (nos Estados Unidos). Além disso, os direitos de “Fablehaven” foram comprados e o filme até já estava em pré-produção, mas atualmente está tudo suspenso.

“A maldição da mortalidade. Você passa a primeira porção de sua vida aprendendo, ficando mais forte, mais capaz. E então, sem que você tenha culpa alguma, seu corpo começa a falhar. Você regride. Membros fortes tornam-se frágeis, sentidos aguçados ficam lerdos, a firmeza do corpo se deteriora. A beleza murcha. Os órgãos param de funcionar. Você lembra de seu corpo no auge e imagina para onde foi essa pessoa. Enquanto sua sabedoria e sua experiência estão no auge, seu corpo traiçoeiro torna-se uma prisão.”

Uma aventura encantadora e misteriosa, com cenas que fazem rir e outras que suspendem a respiração. Para os mais jovens e também para os já crescidos que procuram a nostalgia da infância.

Este post faz parte do Desafio Literário Skoob 2014 - Mês de Novembro: Infantojuvenil. Para ver a lista de obras selecionadas e outros posts do DLSkoob2014, clique AQUI.


4 comentários:

Flávia disse...

Iupiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!! Amei a resenha!!! É exatamente!!! Fico muito feliz de vc ter gostado (sempre dá um medinho quando indicamos um livro, né?)

Sobre a mortalidade: é exatamente isso. Quando finalmente entendemos nosso propósito, paramos de dar murro em ponta de faca, compreendemos nosso caminho, puff, nosso corpo não pode mais nos acompanhar. Triste, viu?

Unknown disse...

Oi Michele,
Atpe eu que também não sou fã de fantasia, adoro esse livro.
O Seth me dá nos nervos,kkkkk mas ele é fundamental na história.
Assim que puder leia o restante da série, o Seth continua aprontando.
bjs

Anônimo disse...

Oi, Michelle! Eu amo livros de fantasia. Fiquei com os olhos saltitando de curiosidade, quando li a sinopse. Sempre me envolvo com histórias que misturam casa antiga, floresta proibida e cenário misterioso. :p

Bjs ;)

Anônimo disse...

Deve ser legal - eu gosto bem de umas criaturas fantásticas!
Estava vendo na livraria outro dia um livro chamado Condenada, de Palahniuk e achei a sua cara... você já leu?