terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E continue sentado para ouvir o resto...

E não é que depois do post anterior ainda recebi mais um e-mail? Quantos mais será que vou receber?
Mas deixa eu esclarecer uma coisa sobre o post da Melissa: eu não sou fashionista.

Muitas pessoas que compram Melissas são aficcionadas que tratam o calçado como se fosse uma peça de arte. Sofrem de ansiedade antes do lançamento de novas coleções. Depois, devido ao preço nem tão amigável do calçado, sofrem por ter que escolher apenas alguns modelos, deixando os outros de lado. Além disso, compram e escolhem muito bem as ocasiões em que vão usar os sapatos para que não estraguem. Por fim, ainda sentem raiva das imitações e de quem as usa.

Para mim, é só um calçado, nada mais. Não importa se são as Melissas verdadeiras ou imitações. Como para quase tudo que não é essencial, parto do seguinte princípio: Gostei, tem meu tamanho, o preço não é extorsivo - Levei!

Ultimamente, tenho comprado muitos calçados "de prástico". No fundo, acho que quero compensar uma frustração infantil: eu nunca tive uma Melissinha. Na verdade, eu tive sim. Não sei se era “original” ou “similar”. Lembro que era da Moranguinho e que tinha umas purpurinas. Foi lindo. Enchi o saco da minha mãe para ela comprar e, um dia, ela comprou. Coloquei as sandálias na hora, me achando toda, e fui brincar. No dia seguinte, meus pés e mãos estavam cheios de bolhas, que coçavam e ardiam e doíam, tudo ao mesmo tempo. Minha mãe me levou ao médico, ele fez algumas perguntas e nem precisou pensar muito para dar o diagnóstico: dermatite de contato. Para quem não sabe, a dermatite de contato ataca as extremidades (mãos e pés). Então, não importa se o que causa a alergia encostou na sua mão ou no seu pé: eles vão encher de bolha ao mesmo tempo.

Com o tempo, descobri outras coisas que causavam dermatite: areia, metais, borracha, giz. Como toda alergia, só tem um jeito de descobrir: quando as bolhas aparecem, você refaz mentalmente o que fez no dia anterior e tenta adivinhar o que fez de diferente ou o que possa ter causado a alergia. Simples, não?

Imagine como é para uma criança não poder fazer comidinha com areia, nem usar anéis, nem ter nenhum calçado de plástico (Melissinha, da Xuxa, da Angélica e outros de grande apelo infantil), não poder escrever na lousa com giz. Dos anéis e calçados de plástico, tive de abrir mão logo. Quando brincava de comidinha, tinha que me lembrar de não tocar a areia diretamente. O giz era complicado... eu sempre fui meio CDF, e adorava escrever os textos na lousa para a professora - até descobrir que não podia. Aí minha mãe deu a ideia de usar luvas de borracha. O que aconteceu? Piorou (foi então que descobri que borracha/látex também dava alergia). O jeito era usar uns lencinhos de papel ou de pano para segurar no giz. Fino, né?

Demorou um bom tempo até eu descobrir o que eu não podia tocar. Às vezes, coisas bobas desencadeavam a alergia: um arame de caderno, uma caneta emborrachada. Passei anos com medo de comprar coisas que pudessem gerar bolhas.

Até que um dia, há uns 3 anos, vi uma Melissa na loja e me apaixonei. Era perfeita demais para ignorar. Resolvi experimentar. Coloquei nos pés e fiquei lá, morrendo de dúvida se levava ou não. E a vendedora esperando... queria saber se eu tinha gostado da cor, se eu queria experimentar outro modelo, tentar outro número. Falei para ela qual era a minha dúvida e ela ficou me olhando com cara de “interrogação-barra-exclamação”. Decidi arriscar e comprei. Para a minha surpresa, a alergia de calçados plásticos sumiu. Como grande parte das alergias, aquelas que tínhamos na infância desaparecem e outras que não tínhamos surgem do nada.

Hoje consigo usar anéis e sapatos de plástico, mas ainda evito usar luvas de borracha, segurar canetas emborrachadas, mexer com areia e giz. Não sei se a alergia a esses produtos desapareceu, mas prefiro não abusar para não descobrir de um jeito desagradável.

Ah sim! Depois que deixei de comer carne e derivados, também abandonei tudo o que seja feito de couro. E não há nada melhor que substituir calçados de couro por sapatos lindos e coloridos de plástico!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Senta que lá vem história...

E então que uns meses atrás vi que o site da Melissa estava fazendo uma pré-venda de liquidação, com vários modelos que eu queria pela metade do preço. Escolhi dois modelos, adicionei ao carrinho, imprimi o boleto, que paguei no dia seguinte, e me preparei para a espera, já que ainda demorariam mais duas semanas antes da data de envio informado. Depois do envio, eu ainda deveria aguardar de 10 a 15 dias até minha encomenda chegar. Até aí, tudo OK.


Chega o grande dia do envio. Entro no site para acompanhar o pedido e vejo o status de pago e enviado. Depois disso, quase uma semana passou e nada de me enviarem o código de rastreamento dos Correios. No blog do site, várias meninas desesperadas para saber das encomendas e nenhuma resposta. Decidi esperar um pouco mais, afinal, atrasos acontecem. E eis que depois de uma semana, recebo dois e-mails informando que a empresa havia tido um problema com o carregamento e que meu pedido seria cancelado e/ou que apenas itens disponíveis seriam enviados. Que droga!, pensei, mas enfim... essas coisas acontecem, né?

Resolvi então mandar um e-mail perguntando qual caso era aplicável ao meu pedido, já que não estava muito claro se seria cancelado ou enviado parcialmente. E assim foi. Enviei 1, 2, 3 e-mails, para vários endereços diferentes. Mais alguns dias transcorreram e nenhuma resposta. O blog do site bombando de reclamações, dúvidas e juras de ódio eterno contra a marca. Estava realmente ficando preocupante.

Decidi, então, ligar e tentar obter uma resposta. Depois de dois dias e muitas ligações para outro estado - devidamente atendidas por robôs, consegui finalmente falar com um ser humano (não que isso me deixasse feliz). Falo do comunicado, informo meu número de pedido e obtenho a resposta: o pedido será totalmente cancelado. OK. Triste, mas fazer o que? Passo meus dados bancários, já que havia comprado com boleto. Sou informada então de que dentro de 48 horas o valor pago seria depositado em minha conta. Fim da história.

Fim da história?
Nãããããããããããããão!!!

A promessa de depósito do valor pago foi feita numa sexta, e o que acontece na segunda? Recebo minha encomenda, exatamente como constava no pedido.

Fiquei feliz, lógico, afinal meu pedido havia sido entregue. Nem me lembrei de ver se o depósito havia sido feito ou não. O que importa é que eu havia recebido o que comprei e que a novela havia acabado.

Ou não?

Sabe aquelas franquias de filmes, tipo “Sexta-feira 13”, em que matam e ressuscitam o protagonista várias vezes? Pois é... Quando achei que o assunto estava devidamente morto e enterrado, ele volta do além para me assombrar. Mais de uma semana após receber a encomenda e desencanar do assunto, entro no e-mail e vejo um novo comunicado: Seu pedido do modelo X, tamanho 37, foi enviado e um depósito de X reais foi feito na sua conta com relação ao outro item do pedido. Dentro de alguns dias você receberá o código de rastreamento dos Correios.

Oi?

Já tinha recebido o pedido e o modelo X não fazia parte dele, muito menos do tamanho 37. E ainda depositaram um valor na minha conta?

Estou chocada. Juro. Sei que falhas de comunicação às vezes acontecem e que não há como eliminar 100% dos problemas, mas como uma empresa desse porte faz uma confusão dessas? É para isso que existem vários canais de comunicação? É assim que a tecnologia facilita nossa vida? O que aconteceu com o velho “Servir bem para servir sempre”?

Estou tão abismada com essa história toda que ainda não tive coragem de ver o extrato para verificar se fizeram um depósito mesmo.

Mas aguardo o código de rastreamento com ansiedade...hehe.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sessão Nostalgia: Meu Lanchinho

Naquele tempo... (sempre achei engraçado quando ia à missa e em determinado momento o padre começava a leitura com isso)


Enfim... naquele tempo, nos já longínquos anos 80, eu era apenas uma garota que ia para a escola com sua malinha e lancheira combinando. Na verdade, a tal malinha e lancheira só foram usadas no 1º ano, já que eu voltava um dia para casa toda saltitante balançando a mala e ela arrebentou. Fiquei só com a alça na mão, vendo meus cadernos e estojo se esparramarem pela rua. No ano seguinte comecei a usar mochila, onde continuei levando meu lanchinho.

Por que eu estou falando essas coisas?
Porque esta semana, mudando de canal, acabei assistindo parte de um programa que trata da produção de alimentos, mostrando desde o momento em que a matéria-prima chega à fábrica até o produto final embalado e enviado para o comércio. E o assunto era: Como é produzido o lanchinho clássico das crianças americanas?

Eles mostraram como é produzido o famoso sanduíche de geleia com manteiga de amendoim no pão de forma, suco de maçã na caixinha e minicenouras. Acho que tinha mais alguma coisa, mas não lembro bem (já estava tarde e fui dormir).

Engraçado como os hábitos variam de um lugar para o outro. Eu amo amendoim, mas esse sanduíche americano nunca comi. E o suco de maçã então? Enquanto nos Estados Unidos esse sabor é o mais vendido, por aqui raramente é visto. Só me lembro daquele da Yakult que, aliás, sempre detestei. As minicenouras foram uma revelação para mim. Não sabia que era um clássico da hora do recreio. Eu não como minicenouras. Não como nenhum desses legumes mini (tomate cereja conta?). Tenho medo. Acho mutante demais. E a miniespiga de milho então? Muita aflição!!!

Mas voltando ao que interessa: lembrei o que eu levava de lanche.
Quando tinha a lancheira, minha mãe sempre botava na garrafinha suco de guaraná em pó ou groselha (Vitaminada Milani, iupi! que, invariavelmente, vazava e fazia um estrago - lembre-se: nos anos 80 era tudo muito primitivo; nada de garrafinha térmica antivazamento e coisas do tipo). O lanchinho era quase sempre sanduíche de presunto e queijo no pão de forma ou nas bisnaguinhas (Seven Boys... nada de Panco). Às vezes umas bolachas recheadas. Não me lembro de ter levado fruta alguma vez na vida. Não por culpa da minha mãe, é claro. Ela insistia, mas eu sempre fui muito chata para comer. Acho que as minicenouras não existiam também naquela época, pelo menos não me lembro delas. Ah... tinha o Yakult também (quase sempre já estava quente - ughhhh).















Nostálgico, não?
E vocês, levavam o que de lanche?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pequenas vitórias

Notícia de hoje na Folha:

“Justiça autoriza a ortotanásia no país”

Esse assunto já havia sido abordado diretamente por aqui no post do filme “Dr. Morte” com o Al Pacino. Eu não havia usado esse termo específico, que eu desconhecia, mas o tema era o mesmo. Como já era de se esperar, a decisão gera polêmica.

Porém, como já disse aqui, eu sou a favor de deixar a decisão sobre suas vidas nas mãos das próprias pessoas. Não importa se existem conflitos religiosos, políticos ou de qualquer tipo. O papel da justiça é garantir que nenhuma outra pessoa seja penalizada por se fazer cumprir um desejo do principal afetado (no caso o doente, mas vale também para outras questões em que todos resolver se meter, como, por exemplo, o aborto).

E é isso. Que venham as polêmicas e discussões, mas que os direitos do indivíduo sobre sua própria vida e corpo sejam garantidos, tema também abordado por aqui no tocante  filme "Uma Prova de Amor".