terça-feira, 21 de dezembro de 2010

E continue sentado para ouvir o resto...

E não é que depois do post anterior ainda recebi mais um e-mail? Quantos mais será que vou receber?
Mas deixa eu esclarecer uma coisa sobre o post da Melissa: eu não sou fashionista.

Muitas pessoas que compram Melissas são aficcionadas que tratam o calçado como se fosse uma peça de arte. Sofrem de ansiedade antes do lançamento de novas coleções. Depois, devido ao preço nem tão amigável do calçado, sofrem por ter que escolher apenas alguns modelos, deixando os outros de lado. Além disso, compram e escolhem muito bem as ocasiões em que vão usar os sapatos para que não estraguem. Por fim, ainda sentem raiva das imitações e de quem as usa.

Para mim, é só um calçado, nada mais. Não importa se são as Melissas verdadeiras ou imitações. Como para quase tudo que não é essencial, parto do seguinte princípio: Gostei, tem meu tamanho, o preço não é extorsivo - Levei!

Ultimamente, tenho comprado muitos calçados "de prástico". No fundo, acho que quero compensar uma frustração infantil: eu nunca tive uma Melissinha. Na verdade, eu tive sim. Não sei se era “original” ou “similar”. Lembro que era da Moranguinho e que tinha umas purpurinas. Foi lindo. Enchi o saco da minha mãe para ela comprar e, um dia, ela comprou. Coloquei as sandálias na hora, me achando toda, e fui brincar. No dia seguinte, meus pés e mãos estavam cheios de bolhas, que coçavam e ardiam e doíam, tudo ao mesmo tempo. Minha mãe me levou ao médico, ele fez algumas perguntas e nem precisou pensar muito para dar o diagnóstico: dermatite de contato. Para quem não sabe, a dermatite de contato ataca as extremidades (mãos e pés). Então, não importa se o que causa a alergia encostou na sua mão ou no seu pé: eles vão encher de bolha ao mesmo tempo.

Com o tempo, descobri outras coisas que causavam dermatite: areia, metais, borracha, giz. Como toda alergia, só tem um jeito de descobrir: quando as bolhas aparecem, você refaz mentalmente o que fez no dia anterior e tenta adivinhar o que fez de diferente ou o que possa ter causado a alergia. Simples, não?

Imagine como é para uma criança não poder fazer comidinha com areia, nem usar anéis, nem ter nenhum calçado de plástico (Melissinha, da Xuxa, da Angélica e outros de grande apelo infantil), não poder escrever na lousa com giz. Dos anéis e calçados de plástico, tive de abrir mão logo. Quando brincava de comidinha, tinha que me lembrar de não tocar a areia diretamente. O giz era complicado... eu sempre fui meio CDF, e adorava escrever os textos na lousa para a professora - até descobrir que não podia. Aí minha mãe deu a ideia de usar luvas de borracha. O que aconteceu? Piorou (foi então que descobri que borracha/látex também dava alergia). O jeito era usar uns lencinhos de papel ou de pano para segurar no giz. Fino, né?

Demorou um bom tempo até eu descobrir o que eu não podia tocar. Às vezes, coisas bobas desencadeavam a alergia: um arame de caderno, uma caneta emborrachada. Passei anos com medo de comprar coisas que pudessem gerar bolhas.

Até que um dia, há uns 3 anos, vi uma Melissa na loja e me apaixonei. Era perfeita demais para ignorar. Resolvi experimentar. Coloquei nos pés e fiquei lá, morrendo de dúvida se levava ou não. E a vendedora esperando... queria saber se eu tinha gostado da cor, se eu queria experimentar outro modelo, tentar outro número. Falei para ela qual era a minha dúvida e ela ficou me olhando com cara de “interrogação-barra-exclamação”. Decidi arriscar e comprei. Para a minha surpresa, a alergia de calçados plásticos sumiu. Como grande parte das alergias, aquelas que tínhamos na infância desaparecem e outras que não tínhamos surgem do nada.

Hoje consigo usar anéis e sapatos de plástico, mas ainda evito usar luvas de borracha, segurar canetas emborrachadas, mexer com areia e giz. Não sei se a alergia a esses produtos desapareceu, mas prefiro não abusar para não descobrir de um jeito desagradável.

Ah sim! Depois que deixei de comer carne e derivados, também abandonei tudo o que seja feito de couro. E não há nada melhor que substituir calçados de couro por sapatos lindos e coloridos de plástico!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Senta que lá vem história...

E então que uns meses atrás vi que o site da Melissa estava fazendo uma pré-venda de liquidação, com vários modelos que eu queria pela metade do preço. Escolhi dois modelos, adicionei ao carrinho, imprimi o boleto, que paguei no dia seguinte, e me preparei para a espera, já que ainda demorariam mais duas semanas antes da data de envio informado. Depois do envio, eu ainda deveria aguardar de 10 a 15 dias até minha encomenda chegar. Até aí, tudo OK.


Chega o grande dia do envio. Entro no site para acompanhar o pedido e vejo o status de pago e enviado. Depois disso, quase uma semana passou e nada de me enviarem o código de rastreamento dos Correios. No blog do site, várias meninas desesperadas para saber das encomendas e nenhuma resposta. Decidi esperar um pouco mais, afinal, atrasos acontecem. E eis que depois de uma semana, recebo dois e-mails informando que a empresa havia tido um problema com o carregamento e que meu pedido seria cancelado e/ou que apenas itens disponíveis seriam enviados. Que droga!, pensei, mas enfim... essas coisas acontecem, né?

Resolvi então mandar um e-mail perguntando qual caso era aplicável ao meu pedido, já que não estava muito claro se seria cancelado ou enviado parcialmente. E assim foi. Enviei 1, 2, 3 e-mails, para vários endereços diferentes. Mais alguns dias transcorreram e nenhuma resposta. O blog do site bombando de reclamações, dúvidas e juras de ódio eterno contra a marca. Estava realmente ficando preocupante.

Decidi, então, ligar e tentar obter uma resposta. Depois de dois dias e muitas ligações para outro estado - devidamente atendidas por robôs, consegui finalmente falar com um ser humano (não que isso me deixasse feliz). Falo do comunicado, informo meu número de pedido e obtenho a resposta: o pedido será totalmente cancelado. OK. Triste, mas fazer o que? Passo meus dados bancários, já que havia comprado com boleto. Sou informada então de que dentro de 48 horas o valor pago seria depositado em minha conta. Fim da história.

Fim da história?
Nãããããããããããããão!!!

A promessa de depósito do valor pago foi feita numa sexta, e o que acontece na segunda? Recebo minha encomenda, exatamente como constava no pedido.

Fiquei feliz, lógico, afinal meu pedido havia sido entregue. Nem me lembrei de ver se o depósito havia sido feito ou não. O que importa é que eu havia recebido o que comprei e que a novela havia acabado.

Ou não?

Sabe aquelas franquias de filmes, tipo “Sexta-feira 13”, em que matam e ressuscitam o protagonista várias vezes? Pois é... Quando achei que o assunto estava devidamente morto e enterrado, ele volta do além para me assombrar. Mais de uma semana após receber a encomenda e desencanar do assunto, entro no e-mail e vejo um novo comunicado: Seu pedido do modelo X, tamanho 37, foi enviado e um depósito de X reais foi feito na sua conta com relação ao outro item do pedido. Dentro de alguns dias você receberá o código de rastreamento dos Correios.

Oi?

Já tinha recebido o pedido e o modelo X não fazia parte dele, muito menos do tamanho 37. E ainda depositaram um valor na minha conta?

Estou chocada. Juro. Sei que falhas de comunicação às vezes acontecem e que não há como eliminar 100% dos problemas, mas como uma empresa desse porte faz uma confusão dessas? É para isso que existem vários canais de comunicação? É assim que a tecnologia facilita nossa vida? O que aconteceu com o velho “Servir bem para servir sempre”?

Estou tão abismada com essa história toda que ainda não tive coragem de ver o extrato para verificar se fizeram um depósito mesmo.

Mas aguardo o código de rastreamento com ansiedade...hehe.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sessão Nostalgia: Meu Lanchinho

Naquele tempo... (sempre achei engraçado quando ia à missa e em determinado momento o padre começava a leitura com isso)


Enfim... naquele tempo, nos já longínquos anos 80, eu era apenas uma garota que ia para a escola com sua malinha e lancheira combinando. Na verdade, a tal malinha e lancheira só foram usadas no 1º ano, já que eu voltava um dia para casa toda saltitante balançando a mala e ela arrebentou. Fiquei só com a alça na mão, vendo meus cadernos e estojo se esparramarem pela rua. No ano seguinte comecei a usar mochila, onde continuei levando meu lanchinho.

Por que eu estou falando essas coisas?
Porque esta semana, mudando de canal, acabei assistindo parte de um programa que trata da produção de alimentos, mostrando desde o momento em que a matéria-prima chega à fábrica até o produto final embalado e enviado para o comércio. E o assunto era: Como é produzido o lanchinho clássico das crianças americanas?

Eles mostraram como é produzido o famoso sanduíche de geleia com manteiga de amendoim no pão de forma, suco de maçã na caixinha e minicenouras. Acho que tinha mais alguma coisa, mas não lembro bem (já estava tarde e fui dormir).

Engraçado como os hábitos variam de um lugar para o outro. Eu amo amendoim, mas esse sanduíche americano nunca comi. E o suco de maçã então? Enquanto nos Estados Unidos esse sabor é o mais vendido, por aqui raramente é visto. Só me lembro daquele da Yakult que, aliás, sempre detestei. As minicenouras foram uma revelação para mim. Não sabia que era um clássico da hora do recreio. Eu não como minicenouras. Não como nenhum desses legumes mini (tomate cereja conta?). Tenho medo. Acho mutante demais. E a miniespiga de milho então? Muita aflição!!!

Mas voltando ao que interessa: lembrei o que eu levava de lanche.
Quando tinha a lancheira, minha mãe sempre botava na garrafinha suco de guaraná em pó ou groselha (Vitaminada Milani, iupi! que, invariavelmente, vazava e fazia um estrago - lembre-se: nos anos 80 era tudo muito primitivo; nada de garrafinha térmica antivazamento e coisas do tipo). O lanchinho era quase sempre sanduíche de presunto e queijo no pão de forma ou nas bisnaguinhas (Seven Boys... nada de Panco). Às vezes umas bolachas recheadas. Não me lembro de ter levado fruta alguma vez na vida. Não por culpa da minha mãe, é claro. Ela insistia, mas eu sempre fui muito chata para comer. Acho que as minicenouras não existiam também naquela época, pelo menos não me lembro delas. Ah... tinha o Yakult também (quase sempre já estava quente - ughhhh).















Nostálgico, não?
E vocês, levavam o que de lanche?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Pequenas vitórias

Notícia de hoje na Folha:

“Justiça autoriza a ortotanásia no país”

Esse assunto já havia sido abordado diretamente por aqui no post do filme “Dr. Morte” com o Al Pacino. Eu não havia usado esse termo específico, que eu desconhecia, mas o tema era o mesmo. Como já era de se esperar, a decisão gera polêmica.

Porém, como já disse aqui, eu sou a favor de deixar a decisão sobre suas vidas nas mãos das próprias pessoas. Não importa se existem conflitos religiosos, políticos ou de qualquer tipo. O papel da justiça é garantir que nenhuma outra pessoa seja penalizada por se fazer cumprir um desejo do principal afetado (no caso o doente, mas vale também para outras questões em que todos resolver se meter, como, por exemplo, o aborto).

E é isso. Que venham as polêmicas e discussões, mas que os direitos do indivíduo sobre sua própria vida e corpo sejam garantidos, tema também abordado por aqui no tocante  filme "Uma Prova de Amor".

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Querido Papai Noel

Querido Papai Noel,

Tudo bem por aí?
Sei que já faz alguns anos que não escrevo, mas nunca é tarde para resgatar o passado, não é mesmo?

Já estou meio grandinha para dizer que este ano fui uma boa menina e que obedeci a meus pais, mas posso dizer que tenho sido uma boa pessoa, na medida do possível (pelo menos eu tento). Trabalho direitinho, pago meus impostos, tento ser educada e calma (OK, essa parte é difícil às vezes...). Procuro não xingar e não desejar coisas más (o que nem sempre é possível também), mas enfim... paciência tem limite e, como o senhor deve saber, a minha é proporcional ao tamanho, então já viu... acaba tão rápido quanto a distribuição do bolo de aniversário da cidade de São Paulo (essa, aliás, uma tradição que parece finalmente ter sido abandonada).

Mas voltando ao assunto, gostaria de ganhar neste natal uma coisa que tem sido meu objeto de desejo há muito tempo: um taco de baseball. Sim... foi amor à primeira vista. Quando assisti ao filme “Um dia de fúria” e vi Michael Douglas usando um taco de baseball de forma tão sublime, percebi como seria útil e divertido ter um instrumento desses ao meu lado.



Desde então venho sonhando com um. Não que eu tenha a intenção de usá-lo, de fato, contra alguém (apesar de ter certos tipos que mereçam...), mas só o fato de possuí-lo e poder desfilar com ele por aí, girando-o despretensiosamente em minhas mãos enquanto caminho pela cidade, ahhhhh... isso seria perfeito. Imagine chegar nos lugares em que te tratam mal na companhia de tal objeto... já faria com que as pessoas te olhassem diferente. E entrar em locais em que te fazem de besta então? Bastaria um pequeno giro de 360o C do meu companheiro de aventuras, talvez uma leve batida no balcão, um arremesso de monitor... e tudo que o que venho tentando resolver há meses seria solucionado como num passe de mágica...

Fiz uma pesquisa rápida e descobri que os tacos de baseball são feitos de vários materiais. Segue abaixo os principais tipos:



Pode escolher de acordo com sua preferência ou orçamento. Pode ter certeza de que qualquer um deles me deixará muito feliz.

Agradeço desde já.
Beijos e até o natal!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Prato da Semana: Torta de Cogumelos

Ontem fui à feira e comprei uns cogumelos. Queria fazer alguma coisa com eles, mas não sabia exatamente o que. Foi aí que achei a receita da Mini Torta de Tofu e Cogumelos Paris.
Hoje botei a mão na massa e o resultado foi esse:

A receitinha eu tirei DAQUI.
Minha opinião: Rápida e gostosa. Tudo bem que não ficou bem uma torta. Ficou mais para omelete sem ovos. Provavelmente foi recheio de mais e massa de menos. De qualquer forma, valeu a pena.

Para completar o prato e terminar o tofu, fiz ainda tofu ao forno com tomate, pimentão e azeite.

Tudo de bom!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Saindo do forno...

Julie & Julia + Forminhas novas prontas para a estreia + tarde nublada sem trabalho =

Muffins de Chocolate e Nozes!!!

A receita eu tirei DAQUI e fiz algumas adaptações, claro.
Além de lindos, posso afirmar que são deliciosos. Achei que ficaram claros demais para serem muffin de chocolate. Talvez tenha sido o chocolate em pó que eu usei, que é meio fraco mesmo, ou a falta do bicarbonato. Apesar da cor, a massa ficou super macia e leve, o recheio ficou no ponto, nenhuma forminha vazou nem derreteu (tinha muito medo que isso acontecesse...).
Estou plenamente satisfeita com minha primeira incursão no mundo mágico dos muffins.
E já estou planejando a próxima...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Prato do Dia - Abobrinha Recheada

Olás!

Passando rapidinho para postar a expedição culinária do feriado:
Abobrinha Recheada!!

Aqui antes de ir ao forno

Aqui já douradinha

Delícia!!!

Bom feriado a todos!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Imperdível!!!

Oi, pessoas!

Como foram de feriado? Todos cumpriram alegremente seu dever cívico no domingo? Que "lindo", não?

Votações à parte, meu feriado foi bem produtivo. Começou com um jantar especial de Halloween no Vegethus e terminou com a descoberta de que as lâmpadas e o reator que havia comprado para substituir os antigos, que simplesmente deixaram de funcionar, não serviriam para nada, já que ao desmontar a luminária descobri que ela é descartável e que não há como trocar o reator. Ótima surpresa para um fim de feriado.

Mas entre o Halloween e a surpresa desagradável com a luminária, assisti a duas peças muito legais que recomendo a quem tiver um tempinho e quiser fazer um programa de qualidade.

A primeira, que vi no domingo, na FIESP, chama-se Hell e tem direção do Hector Babenco.

Como todas as produções que já vi na FIESP, essa também é impecável. A história é baseada no livro escrito pela francesa Lolita Pille aos 18 anos e publicado aos 21 anos e retrata como uma juventude nascida em berço de ouro e extremamente consumista lida com questões sentimentais e solidão em meio a drogas, sexo, rock and roll e grifes. O cenário é Paris, mas poderia ser qualquer grande cidade.

A apresentação é quase um monólogo da Hell, interpretada pela Bárbara Paz, ótima e com uma preparação invejável, já que fala quase o tempo todo enquanto fuma e troca de roupas sem parar. É impossível não se interessar pela Hell. Às vezes ela desperta inveja, outras vezes nos faz sentir pena. O que não dá mesmo é para ficar indiferente à sua história.

Já na segunda fui a uma sessão extra da peça Os 39 Degraus, baseado no suspense de mesmo nome do mestre Alfred Hitchcock.

Com várias montagens pelo mundo, confesso que fiquei intrigada quando li o pôster que traz adjetivos como "comédia" e "hilariante" ao lado de "suspense" e "Hitchcock". Como seria isso? Bom, só assistindo para entender. E não é que essa combinação esdrúxula funciona perfeitamente?

Resumidamente, a história é a seguinte: Homem entediado vai ao teatro e conhece espiã misteriosa que acaba assassinada em sua casa. Sem querer ele se vê envolvido numa trama de espionagem e é acusado de ter assassinado a tal espiã. Para não ser preso, decide fugir e seguir as pistas deixadas pela morta a fim de provar sua inocência. E é aí que a coisa vira uma confusão sem fim, com muitas situações hilárias e personagens pitorescos.

O elenco conta com apenas 4 atores e 1 apoio, mas eles interpretam vários personagens, às vezes simultaneamente. A adaptação é muito boa e a peça conta ainda com os globais Dan Stulbach e Danton Mello, o que faz com que as sessões sejam bem concorridas. Um programa imperdível. Mas corram, pois só fica em cartaz até 28 de novembro.

Gostaram?
Então vão lá: Hell / Os 39 Degraus

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Amo muito tudo isso?

E eis que hoje estava eu dando minha olhadinha básica em sites de notícia quando me deparo com a seguinte notícia na Folha de São Paulo: Justiça do RS condena McDonald's a indenizar ex-gerente que engordou 30 kg.


O resumo da história é o seguinte: O ex-gerente trabalhou por 12 anos na empresa (quando começou a trabalhar lá em 1996 pesando 70-75 kg até janeiro de 2009, quando deixou a empresa pesando 104 kg). O ex-gerente alega ter sido obrigado a ingerir “excesso de sal, açúcar e gorduras”, além de ter sido submetido a “longas jornadas de trabalho e pressão psicológica”.

Já a defesa alega que ele não era obrigado a comer lá e que, se decidisse comer na própria empresa, eles oferecem vários tipos de alimentos, "incluindo sanduíches, peixe, carne, frango, saladas, fruta, sucos, café, água ou refrigerantes”.

Obviamente o motivo do ganho de peso do rapaz não foi somente a refeição que fazia no McDonald’s, mas com certeza isso contribuiu. Não sei se as longas jornadas de trabalho e o estresse podem ser usados como agravantes, já que é meio difícil não ser submetido a pressão e a longas jornadas de trabalho em qualquer tipo de emprego.

O fato é que quem trabalha no McDonald’s é obrigado sim a comer um monte de porcaria. Primeiro porque nessa grande variedade de alimentos vendidos na loja não há nada que seja uma refeição decente. Segundo porque os funcionários não podem escolher livremente o que querem comer (pelo menos não os atendentes), como alega a defesa. Na loja em que eu trabalhei, por exemplo, os atendentes só podiam pegar McLanche Feliz, ou seja, hambúrguer ou cheeseburguer, refrigerante pequeno e batata pequena. Os lanches de caixinha era só para quem trabalhava aos sábados. Como eu nunca gostei dos hambúrgueres de lá, dava meu lanche para os meninos que trabalhavam comigo. E esse é um outro ponto, que não foi mencionado na notícia, mas que merece atenção: um lanchinho desses pode ser suficiente para crianças ou mulheres, mas alguém acha que isso mata a fome dos moços que trabalham lá? Terceiro porque a empresa não obriga literalmente os funcionários a comerem lá, tampouco oferece vale-refeição ou dinheiro para que os funcionários comprem outra coisa. Quem quer comer fora do restaurante tem que gastar do próprio bolso, e como o salário não é lá aquelas coisas.... já sabem o que acontece. Também não é possível levar marmita, pois não há um local para esquentá-la. E como nunca se sabe quando será possível fazer uma paradinha para comer (15 ou no máximo 30 minutos), a alegação do acusado de que engolia a comida em pé e sem rotina de horário também é verdadeira.

O que me deixa mais p#@* da vida é ainda ter que ver uns comentários descendo a lenha na decisão, dizendo que nossa justiça trabalhista é uma porcaria etc e tal. Outros querem botar a culpa no ex-gerente, alegando que nem todas as pessoas que trabalham lá ficam gordas. O que esse povo não entende é que não é porque nem todos são afetados da mesma forma que os afetados têm que aceitar os abusos.

Só posso dar os parabéns ao ex-gerente que foi prejudicado e correu atrás dos seus direitos e aos juízes que chegaram a essa sentença. A decisão não é final, mas espero sinceramente que o ex-funcionário ganhe a causa. Infelizmente avanços só são feitos quando o bolso é afetado. Se esse for o único caminho para se realizar mudanças, que seja. Querer que pessoas com mente de povo colonizado enxerguem a tirania e saiam da zona de conforto para lutar por seus direitos é pedir demais, eu sei...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Prato da Semana - Torta de Banana (Vegana)

Oi, pessoas!

Após um breve sumiço, retorno às atividades bloguísticas.
E vou começar postando aqui uma das primeiras receitas que aprendi a fazer com tofu: Torta de Banana Vegana.
Tenho que confessar que não sou muito fã de banana in natura, mas se for como recheio de algum doce eu não resisto.
E aqui está:

A receita eu peguei vagando pela net há um tempo, então obviamente não sei de onde.
Se alguém souber a autoria, me avise.
Lógico que fiz umas pequenas alterações aqui e ali, mas o que vale é o resultado, não é?

Torta de Banana (Vegana)
Ingredientes

• 1 colher (chá) de fermento em pó
• 1/3 de tofu grande esfarelado
• 1 xícara de açúcar
• 1 xícara de farinha branca
• 1 xícara de farinha integral
• ½ xícara de açúcar
• 1 copo de leite de soja
• 3 bananas médias
• Canela a gosto

Preparo
• Misturar a farinhas branca e integral, o açúcar, a canela e o fermento em uma tigela. Reservar. Em um liquidificador colocar o leite, o tofu e ½ xícara de açúcar e bater até a mistura ficar lisa, como se fosse um creme. Misturar o creme de tofu com os secos. Untar uma assadeira retangular com margarina e colocar a mistura e as bananas cortadas e levar ao forno por aproximadamente 50 minutos. Salpicar açúcar e canela. Servir quente ou morna acompanhada de rodelas de banana e canela.


Como vocês podem ver, não coloquei a cobertura de açúcar com canela, pois estou tentando cortar excesso de açúcar [mentira, o açúcar estava acabando e entre usar o restinho na cobertura da torta ou colocar no café, obviamente preferi adoçar o café]. Mesmo assim, ficou uma delícia.

Na verdade, essa torta é tão gostosa que enganou até minha cunhada, que é louca por torta de banana mas rejeita instantaneamente qualquer prato ao ouvir o nome "tofu". Hehehe... Espero que ela não veja este post.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Filmitchos do Feriado

Nada com um feriado prolongado friozinho e chuvoso para tirar alguns filmes da lista de "A serem vistos". Pois bem...

Domingo fui ao cinema assistir o tão aguardado Tropa de Elite 2. Sessão das 14:00, sem muita fila, cinema cheio mas não lotado, apenas 1 celular tocou durante o filme... ou seja, foi um bom programa.

O filme? Muito bom. Cinemão blockbuster de ação brazuca que não fica devendo a nenhum filme do gênero made in USA. Bom roteiro, montagem ágil, ótimos atores. Tudo perfeito. O Capitão Nascimento agora vai parar na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro e percebe que tem novos inimigos: além dos chefões do tráfico dos morros, ele tem que enfrentar a polícia corrupta, políticos e a imprensa. Não vou contar detalhes porque detesto gente que estraga surpresas em filmes. Só digo que é imperdível e que o apresentador de TV e deputado Fortunato, vivido pelo ator André Mattos, é um dos grandes personagens. Aliás, é ele quem solta uma das principais frases-chiclete que será repetida à exaustão pelo povo: “Quem quer rir tem que fazer rir”.

A única parte ruim é que saí do cinema me sentindo muito mal, já que, ao contrário dos filmes gringos em que um vingador solitário resolve tudo sozinho e o final é feliz, o que se vê na tela é bem real e está longe de ser resolvido por algum heroi ou mocinho cheio de boas intenções...

X-X-X-X-X-X
Na segunda a pedida foi assistir The Runaways, que no Brasil ganhou o triste título de “The Runaways – As garotas do rock” (Uggghhh!!!).

Mau gosto dos complementos de títulos de filmes brasileiros à parte, o filme sobre a primeira banda de rock formada só por garotas, o The Runaways, é baseado no livro escrito pela vocalista, Cherie Currie: Neon Angel – The Cherie Currie Story, então é a visão dela dos fatos que são apresentados. A vocalista é interpretada pela Dakota Fanning, crescidinha e cada vez melhor como atriz. Joan Jett, a alma do The Runaways, é vivida por Kristen Stewart, também conhecida como “a Bella do Crepúsculo”. Como já disse aqui, não sou fã da série vampiresca adolescente, então nunca tinha visto o trabalho da atriz. Esse meu primeiro encontro com o trabalho dela deixou uma boa impressão.

O filme tem vários pontos mal explorados como, por exemplo, o fato de um bando de garotas menores de idade invadir um dos redutos mais machistas do mundo, o impenetrável clubinho roqueiro, com suas guitarras e músicas desafiadoras lá nos idos dos anos 70 e conseguir reconhecimento da banda mundo afora. Além disso, para quem não conhece o mínimo sobre o The Runaways, fica a impressão de que a banda terminou assim que a vocalista saiu, o que não é verdade. Parece ainda que elas só tiveram uma música de sucesso, o que, mais uma vez, não é real.

Resumindo, seja por ser fã de The Runaways, por gostar do trabalho da Joan Jett, por querer ver uma nova faceta da Kristen Stewart, por apreciar a revolução iniciada por essas meninas corajosas, por curtir uma boa música ou apenas por estar a fim de assistir a um bom filme, veja The Runaways.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dia das Crianças

Amanhã se comemora o Dia das Crianças.

Eu nunca tive grandes expectativas nessa data, já que faço aniversário poucos dias antes. Então, meu presente sempre foi “2 em 1”. Era muito mais fã de Natal. E de Páscoa, lógico. Aliás, Páscoa é o único feriado comercial que aprecio. Nada supera um bom chocolate.

Mas não era isso que eu ia dizer. Ia só fazer uma observação nostálgica sobre o tempo em que ganhar uma boneca ou um carrinho simples era suficiente para as crianças. Lógico, para algumas, isso ainda é um sonho distante e seria a felicidade completa. Porém, ninguém escapa dos apelos tecnológicos e da propaganda maciça. Um brinquedo que não faz nada sozinho não tem apelo. As crianças de hoje querem ganhar celular, I-pod, computador e roupas de marca. Triste...

No entanto, mais triste que isso é perceber como as meninas são criadas para serem donas de casa felizes e esposas perfeitas. Claro, para algumas mulheres isso é tudo o que almejam ser. Mas nem todas. E, para as pobres garotinhas, não existe nem a chance de sonhar em ser outra coisa. Vejam bem, quais brinquedos são destinados às garotas? Bebês (que choram/falam/riem/cagam - super divertido, não?) e apetrechos para o lar (vassouras, panelas, tábuas de passar - emocionante, hein?). Ahhhh, sim... ia esquecendo.

Há a Barbie, o nosso ideal de beleza inalcançável, com sua vida glamorosa e várias opções de carreira interessantíssimas, mas... como toda boa “princesa”, só é feliz quando encontra seu grande amor. Sim, porque, pra que serve uma princesa afinal? Não manda em nada, porque princesa não é rainha; não tem nenhum superpoder; só se mete em confusão e depende do príncipe encantado pra resolver todos os seus problemas.



E os meninos? Já repararam nos brinquedos de meninos? É jato, carro de corrida, kit de espião... Vários super-herois. Armas de todos os tipos (espadas, facas, metralhadoras, estrelas ninja). Podem ser desbravadores espaciais ou cowboys. Policiais ou bandidos. Guerreiros ou pilotos. Carros de controle remoto, pistas de automobilismo, bases militares. Nunca vi nenhum kit de “Contador”, “Gari”, “Garçom”, “Vendedor de Seguro”. Por que será? Isso é justo???

Pra mim nunca foi. Lógico que tive minhas bonecas, minhas cozinhas, minhas Barbies, mas nunca foram, nem de longe, minhas brincadeiras favoritas. Vez ou outra chamava umas amiguinhas ou ia até a casa delas para “brincadeiras de meninas”. Mas sempre gostei mais dos brinquedos de meninos. Para minha sorte eu tenho um irmão. E a gente sempre brincava com seus Comandos em Ação (que agora, como todos os brinquedos, ganharam apelo gringo e foram rebatizados de “G.I. Joe”), pistolas, espadas, carrinhos de controle remoto. É claro que eu sempre ficava com o lado dos “malvados” e me dava mal no final, mas nada disso importava. E, de quebra, minha Barbie às vezes roubava a Ferrari de controle remoto e saía feito louca, atropelando várias Chuquinhas, bolando um plano mirabolante com o soldado rastejante e assaltando o Boca Rica. Muuuuuuuuuito mais legal!

Então, pense nisso antes de dar à sua filha/sobrinha/neta/afilhada uma "linda cozinha completa". Por que não um livro, jogo, cinto de Bat-utilidades?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Prato da Semana: Aspargos

Oi, gente!

Esta semana não fui à feira de novo. Como não tinha nada na geladeira nem na fruteira, o jeito foi apelar para o freezer. E assim, fruto da necessidade, surgiu o prato da semana: Aspargos verdes acompanhados de arroz, batatas cozidas e salada de alface.


As batatas já estavam prontas e congeladas. O aspargo comprei congelado em saquinho.
Faz pouco tempo que me tornei fã de aspargos. Nunca tinha comido antes de virar vegetariana. Até que um dia, numa das aulas do curso de Culinária Vegetariana que fiz no Senac um tempo atrás, tínhamos que preparar uma terrina de aspargos verdes (que, aliás, é divina). E foi amor à primeira mordida.



O aspargo é uma flor da família dos lírios. Existem vários tipos de aspargos, os mais comuns sendo o branco (em conserva) e o verde. O branco tem essa cor porque é cultivado no escuro. O verde pode se encontrado em feiras e supermercados. Pode ser fresco ou congelado. Particularmente, prefiro o verde. Não há muita diferença entre o fresco e o congelado, exceto pelo preço talvez. Um maço com uns dez talos de aspargo verde fresco está por volta de R$10,00, o que é bem carinho. Mas às vezes me dou ao luxo.

Além de ser supersaboroso, o aspargo é um alimento muito nutritivo e contém vitaminas do Complexo B (ácido fólico), Betacaroteno (provitamina A), além dos minerais Cálcio, Ferro e Fósforo. Também é excelente fonte de glutationa, um antioxidante com forte atividade anticancerígena. Auxilia na digestão, tem função diurética e sedativa, além de ser pouco calórico, ajudando quem quer perder ou manter o peso.

E então? Qual seu prato preferido com aspargos?

Estas e outras informações sobre o aspargo estão AQUI

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia Mundial do Vegetarianismo (e otras cositas...)

Hoje é comemorado o Dia Mundial do Vegetarianismo. Eu nem tinha lembrado. Também, mesmo se tivesse lembrado, não daria para fazer muita coisa a respeito.


Esta semana foi tão enrolada que mal tive tempo para fazer o que tinha que fazer. Sem contar a internet que deixou de funcionar por causa de pagamento não debitado, greve dos bancos, chuvinha insistente, computador que perdeu dois drives e um trabalho com um número de laudas que, ao invés de diminuir, se multiplicava mais que Gremlins molhados que comeram depois da meia-noite. Afff... agora só faltam as eleições. Eita semana que não acaba NUNCA...

Mas o que importa é que hoje finalmente consegui baixar umas fotos de comidinhas que estavam pacientemente aguardando sua vez na máquina fotográfica. O que não deu foi para ir à feira abastecer a geladeira.

Então, aproveitando o Dia Mundial do Vegetarianismo (e usando uma das poucas coisas disponíveis na geladeira), coloco aqui o Prato da Semana (a única comida decente que pude fazer esta semana), resgatando os cogumelos comprados no sábado na Liberdade e que estavam para vencer na terça.

Nada mais simples e rápido do que fazer um arroz e comer com cogumelos refogados no alho, cebola e azeite. Para acompanhar, batata palha e salada de alface. Muito bom!!!


E esta semana ainda teve comemoração do Cat Lovers Day no dia 29 e Dia do Tradutor no dia 30.
Ueba!!

 A fotinho do Dia Mundial do Vegetarianismo veio daqui e a do Cat Lovers Day veio daqui.
 As fotinhos esverdeadas do Prato da Semana foram tiradas na minha cozinha escura mesmo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A resposta inesperada (Ou como fazer alguém parar de te encher de perguntas)

Hoje, por acaso, assisti ao filme Surpresas do Amor (Four Christmases), sobre um casal formado por Kate (Reese Witherspoon) e Brad (Vince Vaughn) que tem suas vidas mudadas após terem sua viagem de fim de ano cancelada e serem obrigados a fazer quatro visitas de natal, uma para cada um de seus pais divorciados.


O mais divertido para mim são as cenas iniciais (OK, a cena do pula-pula é hilária), quando Kate e Brad estão fazendo aula de dança de salão. No fim da aula, outros casais perguntam quando eles se casarão. Para espanto dos outros casais, eles respondem "Nunca" e começam a fazer uma lista de tudo o que há de errado com casamentos. A mesma surpresa pode ser vista no rosto de alguns parentes quando o casal Brad e Kate é questionado sobre quando desejam ter filhos e respondem como anteriormente.
Depois disso o filme vira aquela coisa clássica de filmes de natal, com as brigas e tumultos familiares, mas tudo acaba bem. Mas isso não é relevante.

Achei válido comentar sobre o filme só para introduzir o assunto que realmente me interessou: a surpresa de uma resposta inesperada.

Eu sou campeã nesse quesito. Às vezes de propósito, só para ver a reação das pessoas, outras vezes, involuntariamente. Eu nunca me enquadrei nas regras sociais. Lembro que uma das primeiras vezes que pude me divertir com a surpresa de uma pessoa frente à minha resposta inesperada foi quando estava naquela idade trágica, às vésperas de fazer 15 anos. Ao contrário da maioria das minhas amigas, eu não quis festa de quinze anos. Sempre achei aquele circo todo muito exagerado. Vestidos, danças, salão... Enfim.

Um dia, uma amiga da minha avó me perguntou como ia ser minha festa de 15 anos e eu respondi que ia ser como todas as outras: um bolo, salgadinhos, docinhos e alguns amigos. Ela ficou indignada e soltou uma das minhas frases-feitas preferidas: “Mas só se faz 15 anos uma vez na vida!” Vendo a bola levantada ali na minha frente, não pude deixar de chutar no gol: “Todos os aniversários que faço são só uma vez na vida. Só fiz 13 uma vez, só fiz 14 uma vez e só farei 15 uma vez”. Minha avó me deu aquele olhar fulminante de “não seja malcriada”. Eu achei engraçada a cara da sujeita e ela não perguntou mais nada.

Desde então já tive o prazer de desmanchar expectativas alheias a meu respeito muitas vezes.
“Como assim não vai ter formatura?”
“Como assim não vai ter casamento?”
“Como assim não quer ter filhos?”
“Como assim não quer ter um carro?”
E por aí vai...

Qualquer dia conto outros casos espetaculares de “Como assim você não....”

Imagem retirada DAQUI

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Uma prova de amor

Era só um passeio comum de fim de semana: ir ao cinema com uns amigos. Estávamos todos meio tristes ainda, pouco mais de um mês após a perda de um membro de nosso grupo devido ao câncer. Decidimos sair, fazer algo só para aliviar um pouco a tristeza. Escolhemos uma comédia, claro. Ia tudo muito bem até que surge na tela o trailer do filme “Uma prova de amor” (My sister’s keeper). Nunca desejei tanto que não houvesse trailers.



Para quem não sabe, “Uma prova de amor” é um drama centrado em Anna, garota de 11 anos que começa a questionar sua existência, já que tem ciência de ter sido concebida na esperança de ser a salvadora de sua irmã mais velha, Kate, que tem leucemia desde criança. Ao longo de seus 11 anos, Anna foi submetida a vários procedimentos e cirurgias, doando desde células do cordão umbilical até medula para sua irmã. Ao chegar em um ponto crítico, Anna se vê obrigada pelos pais a doar um rim para a irmã, mas decide, ao invés disso, contratar um advogado para defender os direitos sobre seu próprio corpo.

No decorrer da história, a doença de Kate é vista por vários ângulos. Os conflitos e problemas causados pela doença afetam toda a família. Anna se sente usada, o irmão do meio, Jesse, tem seus problemas ignorados, o relacionamento do casal está desmoronando e Kate tenta apenas sobreviver.

Voltando ao que eu dizia lá no começo, o trailer foi breve, mas o suficiente para trazer de volta a nuvem de tristeza que tentávamos dissipar. Instaurou-se o silêncio pesado entre nós. Eu decidi que queria ver o tal filme, mas não naquele momento. Não em um cinema. Precisava de mais tempo para enfrentar a situação...

E eis que esta semana, mais de 1 ano após o incidente do cinema, estava folheando o guia de programação da TV e dou de cara com o filme. E num horário assistível, o que é raro. Respirei fundo, peguei os lenços de papel, me acomodei no sofá e passei duas horas em meio a emoções conflitantes, assistindo a um filme que contém cenas que, infelizmente, já presenciei ao vivo. Não é fácil assistir a um filme que você sabe que termina mal. O que se vê na tela é a mesma peça já vista na vida real, só que com atores diferentes. Não importa quanto tempo passe, sempre fica a sensação de injustiça. O problema que é os conceitos de justiça e razão não se aplicam à morte...

O que eu posso dizer é que o filme é ótimo, comovente sem ser piegas. Os atores convencem, principalmente a Cameron Diaz, em quem dá vontade de bater às vezes, mas que no fundo só queria desesperadamente salvar a filha. A qualquer preço.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Escondidinho

Ontem, sabe-se lá porque, acordei com vontade de comer escondidinho. Nunca havia feito em casa, então fiz uma pesquisa rápida na internet e lá fui eu preparar mais uma invenção culinária. E não é que deu certo?
Não querendo me gabar, mas já me gabando, foi o melhor escondidinho que comi na vida.
E ficou com essa carinha:

A receita? Algo mais ou menos assim:
Cobertura: Purê de batata (batata, manteiga, queijo parmesão e sal) para esconder o recheio.
Recheio: Carne de soja refogada no azeite, alho e cebola e temperada com orégano, sal, pimenta do reino e azeitonas pretas.
Montagem: Em geral, é só colocar o recheio em um refratário e cobrir com o purê, salpicar queijo e levar ao forno para gratinar. Na minha versão, coloquei purê no fundo do refratário, o recheio e depois mais purê. Ficou parecido com uma torta.



E a refeição completa foi escondidinho, arroz integral com açafrão e salada de alface com mussarela de búfala temperada com azeite, tempero à base de limão e gergelim. Delícia!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A Suécia e os Vampiros

Olá, terráqueos!


Após uma semana mega conturbada, finalmente tive um tempo para escrever neste bloguitcho. Ando numa vibe sueca. Na verdade, acho que foi apenas coincidência mas, depois dos livros da Trilogia Millenium e do primeiro filme baseado na trilogia (“Os homens que não amavam as mulheres”), assisti a um filme que queria ver faz tempo: “Deixa ela entrar” (Låt den rätte komma in/Let the right one in) .


O filme sueco, baseado no livro, aparentemente é simples, mas envolve vários assuntos. A história pode ser resumida superficialmente assim: Oscar, garoto sem amigos que sofre bullying na escola, coleciona notícias de jornal sobre assassinatos e ensaia frases e golpes de faca para revidar as humilhações. Um dia, conhece Eli, a menina estranha que acaba de se mudar para o apartamento ao lado do seu. Logo tornam-se amigos. Eli encoraja Oskar a revidar os maus tratos e o protege em algumas situações. A amizade vai evoluindo e Oskar acaba descobrindo que a menina é vampira.

PAUSA NESTE MOMENTO.

Embora tudo que envolva vampiros esteja na moda e haja uma relação entre um humano e um vampiro nesta história, fãs de vampiros assépticos da saga Crepúsculo devem passar longe. Vampirismo aqui envolve sangue, controle dos instintos, morte sem glamour. Vários mitos vampirísticos estão presentes (vampiros não podem ser expostos à luz do dia nem entrar na casa de alguém sem ser convidados), mas a abordagem é nova.

O filme tem várias camadas e pode ser interpretado de muitas maneiras. Pode ser uma história de amor e amizade entre Eli e Oskar; um retrato dos excluídos pelas diferenças; uma história resultante de famílias problemáticas; um filme de terror com seres sobrenaturais; etc.

E parece que a coisa fica mais intrigante ainda quando o filme é comparado ao livro. Segundo consta, temas polêmicos como pedofilia, homossexualismo e outras nuances são explicitados no livro. Infelizmente não li o livro ainda mas, depois de ler vários comentários e discussões, dei uma espiada na página do IMDB sobre o filme e posso dizer que a vontade de ler o livro aumentou ainda mais.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Faces da violência

Esta semana finalmente consegui assistir ao filme “A Fita Branca” (Dass Weisse Band), um dos milhares de filmes que estão na minha lista e que estava aguardando pacientemente sua vez.




Eu já tinha lido vários comentários favoráveis ao filme, mas também já tinha ouvido muita gente reclamar que não havia conseguido ler boa parte das legendas no cinema, já que o filme é em preto e branco e, não sei porque diabos, insistem em usar legenda branca. Pra piorar, o filme é em alemão. Como não entendo nada desse idioma, achei melhor assistir em casa, com legenda amarela.

Pois bem, sabia que o filme é polêmico. Crianças que vivem numa vila onde começam a surgir casos de violência e morte. A violência tem muitas caras. Começa com as punições e castigos absurdos que as crianças recebiam dos pais e termina lamentavelmente na reprodução do comportamento violento pelas próprias crianças.

A violência atualmente está tão banalizada que não nos afeta como deveria. Mas se tem uma forma de violência que impressiona é aquela cometida por crianças. Temos em nossa mente a imagem padrão de que criança é pura e ingênua. Bem, nem sempre é assim. Outros filmes já trataram de protagonistas menores de idade que põem em prática a maldade usando a fachada da inocência infantil. Alguns são mero terror que não fazem ligação com a vida real, tais como “O enviado” (Godsend) e “A órfã” (Orphan), e que, portanto, não assustam de fato.

Lembro de quando lançaram “O anjo malvado” (The good son), que trazia Macaulay Culkin, o astro-mirim mais famoso da época, como uma criança psicopata que torturava animais e que queria eliminar o primo. Foi um escândalo. O filme foi proibido em vários lugares e, nos poucos em que entrou em cartaz, ficou pouquíssimo tempo. Como uma carinha angelical daquela poderia ser capaz de atos tão malignos?


Pois o diretor de “A fita branca” entende bem de crianças violentas. O primeiro filme que vi dele foi “Violência gratuita” (Funny games US), a versão americana, de 2007. Depois fiquei sabendo que o tal filme era uma refilmagem do original, do próprio diretor, que ele havia gravado pela primeira vez em alemão, o “Violência gratuita” (Funny games), de 1998.

A refilmagem foi feita em inglês, mas manteve os mesmos diálogos e posicionamento de câmeras, trocando apenas os atores e o local em que se passa a história. Tenho que dizer que esse foi um caso raro de refilmagem que ficou melhor do que o original. Não que os atores da versão alemã fossem ruins, mas acho que a carinha de anjo do loirinho americano (que, aliás, lembra o Macaulay Culkin), é muito mais perturbadora.

Considero “Violência Gratuita” um nome de filme muito bom, tanto no original em inglês quanto em português. Isso fica claro quando, em determinado momento, os garotos começam a bater no pai da família aterrorizada, que diz para os invasores pegarem o dinheiro e os objetos de valor e deixarem a família em paz. Mas os garotos não aceitam, é claro, e batem mais ainda em quem fez tal sugestão. Em pânico, e sem saber o que fazer, o pai pergunta “Por que fazer isso?”, ao que responde o loirinho “Por que não fazer”? Ou seja, é fazer simplesmente porque se pode fazer. Nada mais.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Bem passado, por favor!

Nada como um filé bem passado, não é mesmo?


Alguns devem estar se perguntando por que diabos eu estou colocando foto de filé no blog. Podem ficar sossegados que a foto acima é do meu famoso filé de tofu. Todo mundo olha e acha que é filé de frango e quando eu digo que é de tofu, fazem cara feia.

“Tofu não tem gosto de nada”, podem argumentar alguns.

É verdade. Não tem gosto de nada. E por isso mesmo é legal. É um alimento versátil e saudável que pode ser usado tanto em pratos salgados quanto doces. E ainda substitui o ovo como espessante em algumas receitas.

A receita de hoje é a mais simples possível. É só cortar o tofu em fatias não muito finas (mais ou menos um dedo de espessura) e tirar o excesso de água. Há várias formas de tirar o excesso de água do tofu. Uma forma bem fácil e rápida é colocar em um prato fundo (ou outro recipiente que possa armazenar a água liberada) e levar ao micro-ondas por 1 minuto. Retire o excesso e coloque mais 1 minuto, se necessário. Depois é só apertar de leve as fatias entre 2 folhas de papel toalha.

O próximo passo é colocar o tofu em uma frigideira antiaderente e temperar lá mesmo. Eu coloco um pouquinho de azeite, sal, orégano, pimenta calabresa e alho frito (desses que já vêm frito em saquinhos). Daí é só ir apertando as fatias com uma escumadeira para que a água restante saia. Quando começar a sair fumaça e você pensar "Caramba, estraguei tudo!" está na hora de virar as fatias e deixar mais um pouquinho para dourar o outro lado. E é isso.

Difícil, não?

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

E estes são os valores do Século XXI...

Faz um tempo que recebi este e-mail, mas hoje, procurando uma mensagem de trabalho, acabei reencontrando este. São cartoons do Quino, criador da Mafalda, expressando sua profunda desilusão com o Século XXI e seus valores. Sad but true...












quarta-feira, 18 de agosto de 2010

10 (e apenas 10) coisas que me tiram do sério

Recebi o selinho abaixo da Sarah e o propósito da brincadeira é dizer 10 coisas que me tiram do sério!!


Não preciso nem pensar muito. O difícil vai ser colocar só 10 coisas na lista...


1) O primeiro item vou copiar da Sarah porque concordo 100%: Gente lerda me irrita muito. Sei que cada um tem seu ritmo, mas é difícil... e tem gente que não se toca, anda em bandos a zero por hora ocupando a calçada toda, vai a 20 km/h na faixa da esquerda, para dos dois lados na escada do metrô e ainda olha feio quando você pede passagem!!

2) Os “espertinhos” que furam fila me deixam louca. Gente que se acha mais esperta por não esperar sua vez, gente que no trânsito sabe que vai ter que entrar à direita mas decide não esperar na fila e depois quer cortar lááá na frente, gente que manda o pai/avô no banco para pagar contas da família toda só para não ficar na fila.

3) Gente incapaz de cumprir uma tarefa simples para a qual foi contratada. O exemplo mais clássico: você vai a um lugar em que há uma ficha para ser preenchida e entrega seu RG nas mãos do sujeito para evitar erros e o que acontece? Com o documento nas mãos o estrupício consegue errar seu nome, seu sobrenome, sua data de nascimento. Vale demissão por justa causa.

4) Gente burra. E não estou falando das pessoas que por um motivo ou outro não tiveram a chance de estudar. Estou falando de gente que tem oportunidades, mas prefere continuar com sua mediocridade. Gente que tem preguiça de ler, de pensar por si mesmo, de ter uma opinião.

5) Fanáticos. De todo tipo. Por religião, por futebol, por uma celebridade, enfim... gente que não consegue conversar sem meter o fanatismo no meio.

6) Covardes. Aquele tipo que adora abusar de crianças, mulheres, idosos, animais ou qualquer ser fisicamente mais fraco. Ataque em bando é uma forma bem comum de expressão dos covardes.

7) Gente que não sabe argumentar. Nem todos têm o mesmo ponto de vista. Mas tem sempre aquele tipinho que não sabe ouvir os outros. Por outro lado, é incapaz de demonstrar suas próprias opiniões. Fica repetindo tudo o que já foi dito por outra pessoa sem nem se perguntar o motivo. Não questiona nada. Usa o argumento mais ridículo de todos: "Mas sempre foi assim".

8) Falta de civilidade. Gente que não sabe ser gentil. Gente que joga lixo no chão. Que sai fumando, jogando a fumaça na cara dos outros e ainda joga a bituca no chão, a qual muitas vezes fica acesa soltando a maldita fumaça. Gente que cospe na rua. Gente que não sabe usar transporte público.

9) Celular. Odeio telefones em geral, mas o celular tem um lugar garantido na minha lista de itens que poderiam sumir do mapa para sempre. Coitado, a culpa nem é dele, e sim das pessoas que não têm educação. Poderia fazer um post inteiro sobre como esse aparelho me irrita.

10) Falta de café da manhã. Não me importo em acordar às 5 da manhã, nem em tomar banho cedo mesmo se estiver -10 graus, nem em sair na chuva logo em seguida. Posso ficar sem almoçar e sem jantar. Mas se tem uma coisa que tenho que fazer antes de sair de casa é tomar café da manhã. E quando eu digo café, eu quero dizer café e pão. Não me venha com vitamina, suco, iogurte, cereal, porque não rola. Do café posso até abrir mão, mas do pão jamais!!!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Dr. Morte

Ontem assisti a um filme muito legal, que já tinha chamado minha atenção nos comerciais: Dr. Morte (You dont’t know Jack). Nem sei no Brasil tem esse filme para alugar ou comprar, pois é um daqueles casos de filmes feitos e lançados diretamente em vídeo. Só sei que a estreia na HBO foi há pouco tempo, então, quem tiver a oportunidade, não perca.


É a história real baseada na vida do Dr. Jack Kevorkian, ou Dr. Morte, como ficou conhecido. Ele foi um médico norte-americano que lutou para tornar o suicídio assistido um direito de todos. Ele desenvolveu um aparelho, o “Mercitron”, que permitia que doentes terminais ou pessoas com doenças graves incuráveis e em extrema dor acionassem o dispositivo e liberassem uma quantidade X de droga no sistema sanguíneo, fazendo com que essas pessoas morressem em segundos.

Lógico que o Dr. Jack criou o dispositivo e lutou para que as pessoas tivessem o direito de terminarem elas mesmas com suas vidas, sem que isso implicasse causar problemas com a lei para quem as auxiliasse. E lógico também que, como todo tema polêmico, Dr. ganhou milhares de fãs que apoiavam suas ideias e que as encaravam como um direito e um gesto humanitário, ao mesmo tempo em que conseguiu milhares de ativistas em favor da vida, que tentavam impedir o suicídio assistido. E ainda teve que enfrentar várias acusações de homicídio, afinal é tênue a linha que separa o suicídio assistido, a eutanásia e o homicídio. E foi justamente para defini-los bem e para assegurar o direito ao primeiro que lutou Dr. Kevorkian.

O que eu acho legal em filmes assim é poder acompanhar os vários lados da história: médicos, doentes, familiares, advogados, ativistas em favor da vida, juízes, população em geral, além de ver como a mídia manipula os fatos e como as pessoas muitas vezes atacam algo que desconhecem, sem nem mesmo tentar se informar. Às vezes as pessoas confundem direito com obrigação. Outras vezes, misturam questões de ética com questões de religião ou de justiça.

Enfim... super recomendo.
Ah, não sei se vocês repararam, mas é o Al Pacino que interpreta o Kevorkian. Só isso já valeria uma conferida. Para quem quiser saber mais, me parece que lançaram o livro nos EUA e que foi uma febre por lá. Aqui também lançaram, mas ninguém deu a mínima (por que eu me surpreendo?). E o Wikipédia traz algumas informações e dá acesso a vários links interessantes.

Até a próxima!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Bandana, Barraca ou Gravata?

Ai meu coração!!!

E, principalmente, ai meu bol$o!!!

Conhece a famosa Lei de Murphy?
Então... não falha nunca!!
Sabe quando você passa vários fins de semana sem nenhum programa legal e quando finalmente acha algo divertido para fazer... descobre que tinha mais umas 2 opções imperdíveis no mesmo dia.
Pois é...

Fico aqui aguardando algum show decente para ir e quando acho 1, aparecem logo mais 2 na sequência.

Bon Jovi dia 6 de outubro no Morumbi
Queens of the Stone Age dia 10 de outubro (aguardando confirmação no SWU, em Itu)
Green Day dia 20 de outubro no Anhembi

Isso porque nem mencionei o Smashing Pumpkins, confirmadíssimo em 20 de novembro no Playcenter, pois esse é certeza. Aliás, a venda de ingressos começa dia 01 de agosto. Quer dizer, começa oficialmente, depois da confusão da empresa que traz a banda ter colocado os ingressos à venda por engano e suspendido a venda algumas horas depois.

E ai?
Desenterro a bandana, a barraca de camping ou a gravata?



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Aproveitando, coloco aqui o selinho que ganhei da Mãe do Bento
Valeu, Sarah!